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domingo, 14 de novembro de 2010

Eleições 2010 - Uma análise de números, uma revisão de fatos


Por Marlucio Bortoloto

No último dia 31 de outubro, brasileiros natos e naturalizados foram às urnas escolher o comando maior de nossa nação. Dos quase 136 milhões de eleitores aptos, 78,50% voltaram às seções no segundo turno para definirem uma ideologia gestora para os próximos quatro anos. Se considerar-mos que o segundo turno se deu numa véspera de feriado, o número menor de comparecimento (cerca de 4%) em relação ao primeiro turno esteve dentro do tolerável. Votos brancos/nulos no segundo turno somaram 7 milhões (6,70%), mas o que nos chama mesmo a atenção é o número de eleitores que simplesmente não compareceram às seções onde estavam inscritos: 29.197.152 (21,50%). Quase 30 milhões de eleitores rejeitaram ou se viram pouco interessados nos dois candidatos finalistas do pleito: é o peso da "democracia representativa", onde você escolhe entre as opções oferecidas, não indicadas por sua própria vontade ou consciência. Vale ressaltar ainda que no Brasil o voto é obrigatório desde 1932; ainda assim, a abstenção de quase um quarto do eleitorado nos assusta. Não dá para imaginar, ainda, o voto facultativo neste país - o artigo "Voto obrigatório e eqüidade, um estudo de caso" de Luzia Helena Herrmann de Oliveira (http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0102-88391999000400016&script=sci_arttext) ilustra bem essa situação - é que o engajamento populacional pelas organizações políticas ainda é incipiente, aqui como em todo canto do planeta, e a desmobilização em participar do processo eleitoral é esmagadoramente maior entre os menos favorecidos social e economicamente. É que entre os mais pobres, como destaca Luzia Helena Herrmann, encontram-se os indivíduos menos informados e, conseqüentemente, menos politizados.

Transferência de votos

Se o resultado final premiou a candidata Dilma Rousseff, eleita "primeira presidenta" do Brasil, com 56,05% dos votos válidos, o candidato derrotado tem algo a comemorar. José Serra teve mais votos agregados no segundo turno (10.579.105) do que Dilma (8.101.095). O fenômeno da "transferência de votos" favoreceu Serra, que levou no segundo turno quase 2 milhões e meio de votos a mais que a concorrente. Se não foi suficiente para reverter o quadro, foi um alento, sem dúvida. 
Mas, de onde vieram os votos transferidos para os dois candidatos? Os votos transferidos de um turno ao outro somaram 18.680.200. Foram 10.579.105 para Serra e 8.101.095 para Dilma. Já se sabe que a candidata do PV, Marina Silva, obteve no primeiro turno 19.636.359 de votos, e que a mesma optou pela neutralidade ao não declarar apoio a algum candidato do segundo turno. Logo, seus eleitores puderam escolher livremente o que fazer do seu voto no segundo turno. Como Serra ganhou 2.478.010 de votos a mais que Dilma no segundo turno, é fácil concluir quem abocanhou mais votos de Marina, ressaltando que grande parte dos eleitores de Marina Silva são de classe-média e classe-média alta sensibilizados com a causa ambiental. Para reforçar este raciocínio basta considerar que em 19 grandes cidades onde Marina venceu no primeiro turno, 12 delas Serra superou Dilma, incluindo Belo Horizonte, a única capital, além do Distrito Federal, onde Marina foi mais votada que todos os outros concorrentes. 

Os institutos de pesquisas

Outra luta acirrada ocorreu entre os principais institutos de pesquisa. Data folha, Vox Populi, CNT Sensus e IBOPE, em vários momentos se distanciaram muito em números apresentados. Vale ressaltar que, assim como a grande mídia, eles tem o poder de induzir sim, principalmente o eleitorado indeciso, a votar em determinado candidato. E a diferença nos números apresentados implica dizer que algo fora conduzido de forma manipulada por um, dois ou até mesmo todos eles, o que reduz a credibilidade dessas empresas de pesquisas (ver artigo de Demetrio Magnoli, "Os falsários", na revista Pangea Mundo - http://www.clubemundo.com.br/revistapangea/show_news.asp?ed=1&st=lis ). Mesmo assim vale destacar que no último instante  o que mais se aproximou da realidade final foi o IBOPE - de propriedade do ex-presidente do Botafogo do Rio, Carlos Augusto Montenegro - que no dia 30 de outubro apresentou números idênticos ao que se configurou 24 horas depois na divulgação do resultado final, ou seja, acertou na mosca. Vale ressaltar que na pesquisa de "boca de urna", apresentada pelo IBOPE no dia da eleição, os números eram 57% para Dilma e 43% para Serra, o que apontava uma diferença de 14 pontos, o que pela margem de erro poderia se transformar em 12 ou 16 pontos pró Dilma. Perfeitamente aceitável.
O resultado final do pleito apresentou Dilma com 56,05% e Serra com 43,95% dos votos válidos. O IBOPE  apontava em 30 de outubro 56% a 44% respectivamente, um acerto incrível.

Performance regional dos finalistas

Se no primeiro turno Dilma vencera em todas as regiões, no segundo ela só foi superada por Serra em duas delas: Sul e Centro-Oeste. Ainda assim, a diferença pró Serra só fora significativa, em termos percentuais, no Sul, predominantemente branco, do país (7,78%). No Centro-Oeste, onde predominam a agroindústria (soja, principalmente), a pecuária (com o maior rebanho bovino do país) e as grandes extensões de terras, inclusive devastadas em mais de 80%, ouve praticamente um empate técnico, pois Serra obteve apenas 129 mil votos a mais. Nas demais regiões Dilma saiu-se vencedora, inclusive no maior reduto tucano, o Sudeste, o grande termômetro das eleições presidenciais, desde a retomada das eleições diretas. No Nordeste, região menos desenvolvida do país, Dilma obteve ampla vantagem (70,58%), recebendo quase 11 milhões de votos a mais que Serra. 


A Mídia Nacional no contexto eleitoral

É sabido que a grande mídia nacional, liderada pelas Organizações Globo, Editora Abril (com a revista Veja), Jornal O Estado de São Paulo, além da Folha de São Paulo, abraçaram sem o menor acanhamento a candidatura do tucano José Serra (ver artigo de Tatiane Mendes - http://www.fazendomedia.com/a-vitoria-de-dilma-e-as-novas-vozes-do-pais/). Sempre afagado por esses veículos de manipulação e distorção de opinião (ver editorial do sítio Fazendo Média - http://www.fazendomedia.com/editorial/), Serra se sentiu à vontade, principalmente para atacar sua principal rival, se abdicando de apresentar um conciso "programa de governo". Escândalos e mais escândalos foram divulgados a todo instante por esses veículos, sempre direcionados à desqualificação da candidata da situação. A revista Veja, a mais vendida no país entre as classes A e B, em momento algum retrocedeu no massacre à candidatura petista, como fez aliás, durante todo o governo Lula. Em contrapartida, Dilma obteve o apoio de revistas menos divulgadas de esquerda como "Caros Amigos" e "Carta Capital", além dos inúmeros blogs que denunciavam a todo instante as supostas armações da grande mídia em favor de Serra. O mais importante é que o eleitorado soube filtrar tudo isso, e levou de proveito somente aquilo que sua consciência assimilou como verdade. A luta na mídia, foi desigual; beneficiando muito mais a um candidato, em detrimento de outros. Essa mobilização em torno de uma candidatura, por parte da grande mídia, foi inclusive notícia internacional (ver Correio Internacional - http://www.courrierinternational.com/article/2010/09/30/une-presse-tres-remontee-contre-lula ), e é alvo de críticas severas, como as de Emir Sader em "Para nos informarmos melhor" (http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=98).



A governabilidade

De uma coisa a candidata eleita Dilma Rousseff não deverá reclamar: da governabilidade. Ele terá nas mãos um trunfo que seu antecessor não teve, uma base aliada forte. Dos 513 deputados eleitos na Câmara Federal, 307 formam a base do governo (PT-PRB / PDT / PT / PMDB / PTN / PSC / PR / PTC / PSB / PC do B). No Senado, 61 dos 81 senadores também são da base de apoio da nova governante do país; o que implica dizer que ela não terá dificuldades tanto para promover as reformas que desejar como seus projetos de Lei, o que a torna uma privilegiada, se comparada ao governo Lula. Podemos dizer sim: Ela tem a faca e o queijo nas mãos, e só não fará sucesso se não quiser ou não souber se articular.




Referências


MENDES, Tatiane. A VITÓRIA DE DILMA E AS NOVAS VOZES DO PAÍShttp://www.fazendomedia.com/a-vitoria-de-dilma-e-as-novas-vozes-do-pais/.

OLIVEIRA, Luzia Helena Herrmann de. Voto obrigatório e eqüidade - Um estudo de caso. São Paulo Perspec. [online].. 1999, vol.13, n.4, p. 144-152 doi.: ISSN 0102-8839 10.1590/S0102-88391999000400016. 











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