RESPOSTA - A estrutura fundiária representada pelo gráfico evidencia o predomínio do "latifúndio" nas terras brasileiras. Essa grande extensão de terra denuncia, por sua vez, o fenômeno da concentração de terras. Um país com quase 9 milhões de quilômetros quadrados está entre os piores do planeta em distribuição de terras. 53% das terras brasileiras representam latifúndios, ou seja, uma enorme concentração nas mãos de poucos. E esse quadro começou a ser desenhado com a "Lei de Terras" de 1850, onde a coroa deixava claro que "terra, só para quem tivesse dinheiro para comprar". A resposta correta, portanto, é a letra A.
RESPOSTA. A questão abordada por Milton Santos é a modernização também no campo. E isso se fez ocorrer, no Brasil, principalmente a partir da segunda metade do século XX. É a "revolução verde", que com a implementação de novas técnicas de plantios, uso de insumos e defensivos agrícolas e mecanização da produção, fez com que a produção no campo se desenvolvesse espetacularmente, inclusive devido ao aumento do aproveitamento de solos menos férteis, como os das áreas dos cerrados, por exemplo. A alternativa correta, portanto, é a letra B.
RESPOSTA. Os lixões apresentam dois grandes problemas: o ambiental e o de saúde pública (inclusive exposto na questão). Para a saúde pública a questão é tão ou mais grave ainda. Esses locais propiciam realmente a proliferação de insetos e roedores transmissores de moléstias as mais variadas; isso sem contar a contaminação de solos e mananciais pelo chorume. Portanto, a letra B representa melhor a abordagem da questão.
RESPOSTA. Essa questão aborda os estágios da produção industrial. Logicamente que um é considerado a evolução produtiva do outro. No caso, o primeiro estágio é o "artesanato", que vigorou até o advento da Revolução Industrial, na segunda metade do século XVIII. Ressalte-se aqui que o "artesanato" jamais foi extinto, o que ouve foi a perda do predomínio, ao longo do tempo, dessa forma produtiva. A questão enfatiza exatamente o primeiro estágio de produção, ou seja, o "artesanato", onde uma única pessoa, o "artesão", elabora todo o processo de confecção de um determinado produto; além do mais, não o produz em série. O artesão geralmente trabalha em sua própria casa, fazendo uso de suas próprias ferramentas e não emprega máquinas.
No segundo estágio, esse que já passa a predominar a partir da Revolução Industrial, a produção já passa a ser em série e e semi-padronizada; as tarefas (etapas) já passam a ser divididas, visando a produção em massa. No terceiro estágio, a maquinofatura, o trabalhador já se sujeita, na fábrica, ao funcionamento da máquina; deixa de ser artesão e passa à condição de "operário", ou seja, um mero operador de máquina. É o auge da Revolução Industrial. Nesse estágio a produção em massa, em série e padronizada, evolui para sua forma Taylorista, para principalmente atingir a máxima eficiência no processo produtivo com maior economia de tempo. Dito isso, a alternativa que melhor representa o primeiro estágio da produção industrial é a letra B.
RESPOSTA. História e Geografia se fundem nesta questão. Se a História entra com a narrativa, a Geografia com a localização do conflito. Por isso essas ciências estão sempre tão próximas, a ponto de questionar-mos se a questão não seria de História ao invés de Geografia. De qualquer modo, é preciso ter um conhecimento básico sobre o que fora a chamada "Guerra do Contestado". A datação exposta na questão nos ajuda bastante, uma vez que dá para perceber se tratar do período chamado de "República Velha", aquela instaurada no final do século XIX e vigente até os anos 1930 do século seguinte. Esse período foi marcado por conflitos civis sangrentos - gerados por constantes intervenções militares - entre a República e as regiões que se levantavam contra as ordens dos marechais e coronéis que governavam o país em nome das oligarquias dominantes. Canudos, no final do século XIX e o Contestado, no início do século XX, foram exemplos relativamente semelhantes desses conflitos com origens messiânicas e político-econômicas que dominaram essa fase da nossa história. O fato é que existia nessa região grandes florestas, com abundância de madeira e erva-mate, produtos explorados por posseiros e pequenos fazendeiros locais, configurando uma comercialização tradicional desses produtos na região. Veio então a construção de uma ferrovia, que ligaria os estados do Rio Grande do Sul e São Paulo, e que desapropriara os moradores locais. Um grande corredor fora construído no local, devastando as terras e matas, desarticulando a economia local e expulsando os posseiros da região, sem qualquer ato indenizatório. A desapropriação e o desemprego gerados pela construção da ferrovia, aliado à mobilização dos antigos moradores locais, principalmente pela orientação do monge messiânico José Maria, acabou levando à intervenção do estado na região, gerando um conflito que teria durado pelo menos quatro anos (entre 1912 e 1916), só terminado quando o último resistente fora capturado. A alternativa que melhor representa os efeitos dessa construção da ferrovia na região, e que teriam levado à eclosão do conflito, é a letra C.
RESPOSTA. Temos aqui uma bela questão envolvendo localização através de uma "coordenada geográfica", importante ferramenta da cartografia. A alternativa A está errada, pois a relação estabelecida entre distância real e distância num mapa é a "escala", não a coordenada geográfica. O item B também está errado, pois além de não ser o registro citado, os paralelos é que são horizontais, enquanto que os meridianos - linhas tão imaginárias quanto os paralelos - são verticais e convergem nos pólos. O item D também está errado, além do mais, ocorre o inverso do que foi dito: latitude é a distância em graus entre um ponto qualquer e a linha do Equador, enquanto que longitude é a distância em graus entre um ponto qualquer e o meridiano de Greenwich. O item correto portanto é o C, pois coordenada geográfica de fato é essa informação de um conjunto de linhas imaginárias (paralelos e meridianos) que entrecruzadas permitem localizar, com precisão, um ponto ou acidente geográfico na superfície terrestre.
RESPOSTA - O tipo de rocha onde são encontrados os fósseis (restos de animais e plantas litificados) é a sedimentar, derivada da acumulação de fragmentos (sedimentos) de outras rochas, pré-existentes, erodidas. Este tipo de rocha forma-se pela deposição e compactação de grãos de argila, areia e seixos nas bacias sedimentares. Pode formar-se também pelo acúmulo de restos de animais e plantas. As rochas sedimentares geralmente apresentam estrutura em camadas (estratos). Exemplos de rochas sedimentares são o Calcarenito, o Fossilito, o Arenito, o Argilito e o Conglomerado. Vale ressaltar que o período Jurássico, que presumivelmente durou de 208 a 144 milhões de anos atrás, foi o de maior diversidade de répteis da história do planeta. Nele, onde o clima era quente e estável, com poucas variações latitudinais e sazonais, surgiram gêneros modernos de muitas gimnospermas e de angiospermas evoluídas, além das primeiras aves. O esquema, que apresenta duas camadas intermediárias de rochas sedimentares, que preenchem, ao longo das eras, grandes bacias de mesmo nome. E são nessas rochas que são depositados, juntamente com sedimentos de outras rochas, restos de animais e plantas litilizados, evidenciando formas de vida remota. Portanto, a alternativa B é que representa melhor a questão.
A questão retrata uma encosta desprotegida e com avançado estado de degradação. E essa degradação, na maioria das vezes, resulta do manejo inadequado do solo, sendo portanto, quase sempre resultado de ação antrópica. Mesmo que no caso da figura acima o processo esteja ocorrendo de forma natural, o homem pode acelerá-lo. Como o solo já se encontra exposto, portanto desprotegido, promover uma aração do topo ao vale, com certeza vai acelerar ainda mais o processo de erosão já apresentado, pois a terra removida é mais propícia a ser transportada, via erosão, que aquela agregada, compactada. Portanto, a alternativa D é a que responde melhor a questão. Vale ressaltar que dentre os itens apresentados na questão, o sistema de Plantio Direto é menos degradante, pois o mesmo consiste em manter o solo na sua condição atual, sem remoção da vegetação e sem a utilização de técnicas de preparo como a aração e a gradagem, propiciando um menor risco de erosão. A implementação do plantio em curvas de nível também ajuda na conservação de solos, principalmente os mais acidentados, pois o plantio é feito respeitando as inclinações do terreno, evitando o acumulo de água na superfície amenizando os riscos de erosões.
O homem tem por hábito se estabelecer em áreas próximas a rios, córregos e lagos, e isso remonta há milênios. Sabemos que os rios de planícies, principalmente, apresentam áreas inundáveis em seus entornos: são as várzeas. Erosões de encostas próximas a cursos de água, leva os sedimentos para o leito dos rios, na maioria das vezes pela água das chuvas (enxurrada). Os sedimentos depositados nos leito levam ao assoreamento gradativo do curso d'água, tornando o escoamento lento devido à diminuição da capacidade da vazão. Por isso, um dos reflexos do assoreamento dos leitos fluviais na vida cotidiana das grandes cidades, está corretamente representado na alternativa A, ou seja, a maior ocorrência de enchentes devido à incapacidade de rios assoreados em comportar grandes volumes d'água em seus leitos. As demais alternativas são incoerentes com a questão abordada, uma vez que a contaminação e disseminação de doenças entre as populações das cidades ribeirinhas se faz nas áreas inundadas, porém através de fezes e urinas humanas e de animais principalmente, o que nos leva a descartar as alternativas B e E. A alternativa C também está errada, pois uma redução do escoamento da água das chuvas na encosta não provocaria, e sim atenuaria o desgaste de solos. Por fim a alternativa D é também incorreta, pois processo erosivo e escoamento de água nada tem a ver com aumento de disponibilidade de água potável, tão pouco facilita a sua captação.
O foco principal dessa questão é a chamada "Revolução Industrial" e seus efeitos sobre as condições do trabalhador nas cidades industriais inglesas. Diante das alternativas oferecidas fica fácil resolver a questão até mesmo por exclusão. Planejamento urbano é uma coisa que não houve no período citado. As cidades inglesas não foram preparadas para receber os trabalhadores que chegavam a todo instante para se instalar e trabalhar nas fábricas. Conseqüência disso: péssimas condições de trabalho, alojamento, saúde, higiene e transporte, além da extrema exploração dos operários com baixos salários e extensas jornadas. Portanto, a única alternativa que representa essas condições vividas pelos operários nas grandes cidades inglesas é a letra E.
A expressão BRIC de fato faz menção aos quatro países emergentes que mais crescem na economia mundial atualmente. Brasil, Rússia, Índia e China "lideram a retomada do crescimento global após a crise, entre 2008 e 2009, ter abalado as estruturas financeiras dos países mais desenvolvidos" (VÍSIA & COSTA, 2010). E esses países são os que apresentam maior potencial para futuramente figurarem entre as maiores potências econômicas do planeta. Embora apresentem características econômicas promissoras para as próximas décadas, cultural e politicamente são bem diferenciados; a China, por exemplo, vive um "comunismo de mercado" sob a tutela do Partido Comunista Chinês que governa o país desde a sua revolução socialista de 1949. Os índices de desigualdade social é que são altos nesses países, não os de igualdade, como menciona a alternativa C. Somente na Índia, mais de 600 milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza. Outro fator, base tecnológica, está aquém dos países mais desenvolvidos; havendo ainda muita dependência tecnológica no grupo. Mesmo com alguma diversidade ambiental em países como Brasil e China, isso não serve de subsídio para uma propulsão da economia global, uma vez que a sustentabilidade é o assunto da vez no desenvolvimento econômico mundial. Assim, a alternativa correta da questão é a letra A.
Leia mais sobre o assunto em: VÍZIA, BRUNO de & COSTA, GILBERTO. O tempo do BRIC. Artigo escrito na Revista Desafios do Desenvolvimento, IPEA, edição março/abril de 2010. Disponível em: http://desafios2.ipea.gov.br/sites/000/17/edicoes/60/pdfs/rd60not03.pdf.
A formalização do Tratado de Petrópolis não culminou na indenização ao Brasil e sim à Bolívia, detentora do território compreendido. Outro fato é o sindicato internacional Bolivian Syndicate ter assumido o controle da região para intermediar o conflito. Em momento algum esse sindicato teria prestado qualquer auxílio aos brasileiros, grande maioria dos ocupantes da área em litígio. Vale ressaltar ainda que a indenização não foi paga pelos emigrantes brasileiros e sim pelo próprio Brasil, para um desfecho pacífico do litígio. Na época, a atuação diplomática do Barão do Rio Branco foi considerada decisiva para a celebração do acordo. Visto isso, a alternativa que melhor responde a questão é a letra C, pois a grande presença de seringueiros brasileiros no território foi um motivo fundamental para a compra da área pelo Brasil.
A questão da Usina de Belo Monte, no rio Xingu, norte do Pará, não é somente indígena mas principalmente ambiental. A própria população indígena da região carrega no conflito sua preocupação ambiental. Portanto, a alternativa D já podemos excluir. Mão de obra especializada na região não existe, logo a letra E também está errada. Existem recursos, tanto para realização das obras quanto para indenização pela desapropriação, portanto, a letra C também está incorreta. Os rios do Norte e Nordeste tem potencial hidrelétrico muito inferior aos do Sul e Sudeste, por exemplo, por correrem por terras menos acidentadas, portanto mais planas; por esse motivo a letra A também está errada. Assim, a letra B é que responde melhor ao enunciado da questão.
O chamado "Projeto Grande Carajás", ou PGC, implantado no final da década de 1970, engloba não somente o desenvolvimento da região amazônica, na sua porção oriental, mas também a exploração da maior jazida de minério de ferro do planeta; exploração hoje feita tão somente pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), uma multinacional do setor de mineração. A ferrovia mencionada é a via de escoamento de todo minério extraído na jazida, se estendendo por mais de 900 km, do norte do Pará ao porto de São Luís no Maranhão. Concluindo, a importância estratégica dessa porção do território brasileiro, ou seja, o extremo norte do país, é de fato a sua grande capacidade de produção de minerais metálicos, hoje explorados pela ex-estatal CVRD. Portanto, a alternativa correta é a letra C.
O império inca apresentava uma estrutura social com clara divisão de classes e funções, não apresentando, portanto, mobilidade social significativa. Existia também uma aristocracia dominante de caráter hereditário, onde o império era sempre passado de mãos em mãos entre parentes consangüíneos. Possuíam uma população urbana de médicos, arquitetos, artistas e outros tipos de profissionais liberais, e apresentavam uma arquitetura desenvolvida com algumas construções em forma de trapézio. Apresentavam também uma população rural de camponeses e trabalhadores agrícolas, onde eram recrutados os Mitayos para trabalharem nos centros urbanos exercendo "funções menores" nos correios e na construção civil. Diante do que foi exposto, podemos deduzir que a alternativa E responde melhor o enunciado.
O avanço do agronegócio, sobre as já reduzidas reservas indígenas no cerrado brasileiro, é o principal foco de tensão de caráter socioambiental na região central do país. A expansão devastadora da monocultura de grãos, principalmente no Mato Grosso onde estão confinados os Xavantes, tem se tornado uma preocupação para os índios, para os ambientalistas e para os nossos governantes. O mais importante é que, de concreto, pouco tem sido feito pelo estado para amenizar ou simplesmente resolver a questão. Diante do exposto, somente a letra A responde melhor a questão.